De amar e sonhar
Se já me furtaram a cor do
amarelo âmbar do meu descontentamento,
Descortinando as contas do
rosário em orações contadas…
Eis que chegasse aos meus lábios
o amor outrora adormecido
nos braços de mulher que se veste tão bem de poesia…
A remir, contra as incertezas de
um coração partido.
Revolvendo as muralhas dos
pensamentos vis.
Feito rio que luta contra a
correnteza,
se entregando no bailado das ondas entre as pedras…
E as ondas a murmurar…
Tão largadas…
Tão surradas…
Tão mesquinhas…
Tão sozinhas…
A fazer esculturas na areia como
a se entregar nos braços do amado…
Valdenir Cunha da Silva